Blog da Ana: Memórias de uma gravação - Parte VIII

Por César Costa da Silva - 10 de agosto de 2010 Nenhum comentário

“A próxima música, “Glória”, também foi muito especial. Nasceu quando eu orava pelas pessoas que perderam entes queridos em um desabamento no Rio de Janeiro. Algumas famílias da Igreja da Pra Ludmila sofreram perdas terríveis e estavam na Estância Paraíso com a Ezenete. Seu testemunho me tocou profundamente. Quando compus, senti que deveria começar bem grave, escura, e depois deveria explodir mais aguda, como que dando glórias a Deus apesar de tudo no mundo estar difícil e abalado. Eu me lembro quando os arranjadores vieram conversar comigo, sem saber se essa idéia ia dar certo, mas pedi a eles um tempo para orar, e na manhã seguinte lhes dei a resposta. Eu deveria manter a idéia do meu coração.


No ensaio, quando testamos a música, e a voz da Ana Paula Nóbrega brilhou, eu agradeci ao Senhor, e na Igreja, quando ministramos pela primeira vez, já recebi vários testemunhos. Louvado seja Deus por isso.

Ezenete começou a orar. Mesmo no ensaio geral foi muito marcante, pois ela ministrou sobre algo que há pouco tempo viveu. Ela sofreu a perda de sua mãe, e pôde adorar e glorificar ao Senhor em meio a esta dor. Ela orou e trouxe uma palavra de ânimo e conforto a todos, e terminamos cantando “glória a Ti, Senhor” outra vez.

O oleiro tomou seu lugar e suas mãos amassaram e moldaram vários vasos. Cantamos esta canção, e no momento dos clássicos “Eu quero ser, Senhor amado, como um vaso nas mãos do Oleiro” e “Como Tu queres, senhor sou Teu”, caminhei com o pessoal do vocal para perto da roda, onde ele trabalhava o barro. A Bel e suas filhas dançaram como se fossem o barro na roda. Deus colocou em meu coração que devo sempre regravar partes de músicas antigas, hinos, e também nossas próprias músicas dos primeiros anos. Isso aconteceu em vários momentos desta gravação.


Emendamos com “Me refaz”, com as falas e a coreografia dos vasos quebrados e “És o Deus que me cura”. Confesso que eu não sentia que esse momento estava completo, e não sabia o que deveria fazer. Foi então que Deus me surpreendeu. Dei um breve testemunho sobre como o Espírito Santo me consolou em um período muito difícil da minha vida e usou a voz da Pra Ludmila, mesmo sem que ela estivesse presente, para me encorajar. Dessa experiência nasceu a música “Eis-me aqui”. Fizemos um clipe juntas, para passar no telão, e ela também estava ali, pessoalmente para ministrar. Dei a ela toda liberdade, e até mesmo no arranjo preparamos um momento para que ela pudesse falar, cantar, liberar cura sobre as pessoas, como fez tantas vezes sobre meu próprio coração. Aí aconteceu o fechamento deste momento de cura. Foi poderoso! No meu coração eu sorri para Deus, agradecendo, pois entendi que isso era o que faltava. Naquela hora a cura foi liberada.

Deus te abençoe!”


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