O advogado do atirador da Noruega disse nesta terça-feira (26) que "tudo indica" que seu cliente "está louco".
Mas Lipperstad disse que ainda é cedo para dizer se isso será alegado durante o julgamento de seu cliente, o terrorista de extrema-direita Anders Behring Breivik, acusado de ter matado 76 pessoas em dois ataques na sexta-feira passada.
Breivik, segundo seu advogado, acredita ser "o único que entende a verdade", parece "preferir a ditadura" e se opõe à democracia e ao multiculturalismo. Por conta disso, ele poderia se opor a alegar loucura diante do tribunal.
O atirador acredita que o país está em "estado de guerra", o que, segundo ele, justificaria suas ações.
"Ele odeia todas as ideias ocidentais e os valores da democracia... Ele acredita que esse é o começo de uma guerra que irá durar 60 anos. Ele se reconhece como um guerreiro. Ele começa essa guerra e tem um certo orgulho nisso", disse Lippestad.
Breivik usou "algumas drogas" antes do crime para se manter forte e acordado, e ficou surpreso por não ter sido morto durante os ataques ou a caminho do tribunal na segunda-feira, acrescentou o advogado.
Colaboradores
Breivik também reitera que tem vários colaboradores ou "células terroristas" anti-islâmicas, na Noruega e no exterior, e não apenas em duas células locais, como havia dito em audiência na véspera.
A polícia norueguesa disse que não descarta a possibilidade de que Breivik tenha tido cúmplices ao plantar um carro-bomba na sede do governo norueguês e ao atirar contra jovens que participavam de uma colônia de férias do Partido Trabalhista, no poder na Noruega.
Na audiência de segunda, o atirador assumiu a autoria dos ataques, mas negou se declarar culpado por eles. Ele foi condenado a oito semanas de prisão provisória, quatro delas em confinamento.
O terrorista parecia calmo, segundo relatos de pessoas que acompanharam sua aparição na corte.
Advogado
O advogado Lippestad é membro do Partido Trabalhista, alvo do tiroteio de sexta-feira, e afirmou que abandonará o caso se Breivik não concordasse em realizar testes psicológicos.
Ele tornou-se conhecido no país por defender um radical de direita que foi condenado e sentenciado a 17 anos de prisão em 2002 pelo assassinato de Benjamin Hermansen, um jovem de 15 anos cujo pai era africano.
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"Livres DT" (Fonte: Globo.com)
(livresdt@yahoo.com.br)
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