Blog da Ana: Memórias de uma gravação - Parte X

Por César Costa da Silva - 14 de agosto de 2010 Nenhum comentário

“Fico maravilhada com a condução do Espírito Santo. Logo após o clamor pelo Brasil, veio a próxima música, pedindo que Deus derrame Seu rio de justiça e de cura sobre os desertos das nações. Às vezes olhamos para a realidade do mundo e nos desesperamos, mas precisamos nos lembrar do fim da História. Foi assim que compus o coro, inspirada pelas palavras de Jó e do profeta Habacuque: “Eu sei que meu Redentor vive, e por fim Se levantará sobre a terra. E como as águas cobrem o mar, toda a Terra se encherá da Sua glória”. Como o apóstolo Paulo nos ensina, devemos nos consolar uns aos outros com estas palavras, que cantamos também ao final desta canção: “Maranata!”. Nos lembramos da vinda do Senhor: “Cristo vive, reina e voltará!”

Enfim chegou um momento muito especial, a última música, a “Canção do Apocalipse”. Ela me tocou profundamente nesse tempo em que estou vivendo fora do Brasil. É uma canção poderosa que tem sido cantada em diversos países, e eu senti que deveria trazê-la para a Igreja brasileira também. É uma verdadeira poesia baseada na descrição do Apocalipse, e foi um desafio traduzi-la. Orei por algumas semanas, até que a versão fluiu. Desde a primeira vez que cantamos em Lagoinha a glória do Senhor nos encheu. Ainda em casa, enquanto buscava a versão, eu li o livro de Apocalipse e uma idéia me veio ao coração. Ao invés de trazermos uma palavra sobre amarmos a vinda do Senhor, seria muito bom se alguém recitasse partes do Livro. O Pastor Cornélio tem esse dom, e prontamente aceitou o desafio. Por mais de vinte minutos, ele representou o apostolo João, e de cor declamou a visão do Trono, a grande multidão que ninguém pode contar, de todas as tribos povos, línguas e nações. Foi maravilhoso ouvir: “Eis que venho sem demora!”. A Arena dava muitas glórias a Deus!

Foi então que, de joelhos, e mais embriagada do Espírito, comecei a cantar “Seus olhos são como fogo, Sua voz como um trovão. Sobre um cavalo branco Ele vem. Amado das nossas almas, queremos contigo estar. O Espírito e a Noiva dizem: Vem, Senhor Jesus!”. Esta música foi gravada no DT 3, “Águas Purificadoras”. Aliás, em muitos aspectos a experiência desta gravação se assemelha à do “Águas”. E sem ensaiar, dei um passo ousado e comecei a cantar, sem saber se os músicos conseguiriam me acompanhar, se o tom estava bom ou não. Fiz o que senti que deveria fazer e acreditei que era uma direção do Espírito. Para minha surpresa, os instrumentistas tocaram junto, e foi um momento lindo, muito descontraído, de celebração da promessa da Sua vinda! Dançamos no palco, a Arena pulou junto, e eu nem sabia como terminar. Mais uma vez deu tudo certo e o final ficou lindo, repetindo “Senhor Jesus” várias vezes.

Meu pai fez o apelo à conversão, a entrega da vida a Cristo. Foram muitas mãos erguidas, e é um privilégio estar ali à frente, vendo os rostos, as expressões, de tantos filhos pródigos voltando para o Pai. Chamei ao palco todas as pessoas que nos ajudaram e que trabalham nos bastidores. Gente da nossa equipe do DT, intercessores, meus familiares, gente da parte técnica, do Conselho de Pastores de Barretos, do Hospital, dos Independentes, e sei que ainda tinha pessoas que deveriam ser honradas ali na frente, mas que não podiam sair de seus postos.


Cantamos e dançamos novamente “Este é o dia”, ao som do country. Eu, segurando o Benjamim e o Gustavo com Isaque no colo, me sentia como que nas nuvens. Estava cansada, mas imensamente feliz. A alegria de ter chegado ao fim, com tudo tão lindo, com tamanha unção e sensível presença de Deus, encheu meu coração.


Saímos da Arena e fomos jantar no rancho onde estava hospedada a equipe da intercessão. Para mim não havia lugar melhor para celebrar essa vitória, pois ali fomos tocados por Deus. Também nesse lugar tantas vezes lágrimas foram derramadas em nosso favor, como que gerando tudo o que ia acontecer. Entregamos o jejum depois de tantos dias, e comemos, e bebemos (refri, é claro!) e nos fartamos com os doces e delícias. Dei uma palavra de agradecimento ao grupo e a todos que estavam nos servindo e ajudando. Também aproveitei para me despedir, pois em poucos dias teria que deixar o Brasil. Fomos para o hotel, mas eu não conseguia dormir. Fiquei conversando com alguns amigos de BH que foram para a gravação, e até no quarto levei mais de uma hora para adormecer. Eram muitos momentos que revivia em minha mente, sempre agradecendo a Deus por tudo.

Deus te abençoe!”


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