Cerca de 700.000 pessoas acompanharam nesta segunda-feira (7) ao cortejo fúnebre do rabino Ovadia Yosef, em Jerusalém, segundo estimativas da polícia. Líder espiritual do partido ultraortodoxo Shas (acrônimo para Guardiões da Torá Sefardista), que ele fundou no começo da década de 1984, o rabino exerceu grande influência política em Israel. Antes da criação do partido, o governo israelense e as instituições religiosas do país tendiam a ser dominadas pelos judeus asquenaze, de ascendência europeia. O Shas conseguiu espaço político e, apesar de atualmente estar na oposição, foi peça importante em várias coalizões governistas nas últimas décadas.
O Shas é formado por sefarditas (judeus originários de países árabes) e o chefe Arye Deri lamentou a morte do líder espiritual da legenda. “Como continuaremos sozinhos? Quem vai nos liderar?”, disse, referindo-se a Yosef como “nosso pai”.
O cortejo foi acompanhado pelo presidente Shimon Peres e pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que descreveu Yosef como “um dos grandes rabinos da nossa geração”. “O rabino Ovadia era um gigante na Torá e um professor para dezenas de milhares”, ressaltou, em comunicado.
Nascido há 93 anos em Bagdá, no Iraque, ele tinha quatro anos quando sua família se mudou para Jerusalém. Foi ordenado aos 20 anos e passou a trabalhar como juiz em uma corte religiosa. Aos 24, casou-se com a filha de um respeitado rabino de ascendência judaica síria. Com Margalit Fattal, ele teve onze filhos, informou o jornal ‘The New York Times’. Em 1947, Yosef foi morar no Cairo antes de retornar para o recém-fundado estado de Israel em 1950. Treze anos depois, foi eleito rabino chefe sefardista de Israel.
Em seus sermões semanais, transmitidos via satélite e, mais recentemente, pela internet, ele dava declarações muitas vezes controversas, como em um sermão da Páscoa judaica de 2001, quando afirmou: “É proibido ser misericordioso com os árabes. Vocês têm de enviar mísseis para aniquilá-los. Eles são diabólicos e deploráveis”. Contudo, suas mensagens políticas muitas vezes eram contraditórias: ele via a Cisjordânia como parte da terra sagrada de Israel, mas também dizia que era possível ceder para evitar um banho de sangue.
Fontes: Veja e Verdade Gospel
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