A Igreja Batista da Lagoinha é uma igreja musical. Disso ninguém tem dúvidas. A música foi um dos pilares para que a Igreja se tornasse conhecida em todo o Brasil e no mundo. Evidentemente que isso não foi trabalho de uma única pessoa, mas de muitos músicos que estão na IBL e outros que por ela passaram nesses mais de 50 anos de história.

Entre os principais nomes que compuseram essa, digamos, epopeia musical, está o discreto, simples e competente regente Robson Carlos Lopes de Oliveira, nascido em Belo Horizonte e carinhosamente conhecido como "Robinho". Ele nasceu num lar onde sua mãe já era convertida, por isso, conheceu a Palavra de Deus desde a infância. Mas segundo ele só teve uma experiência com Deus na adolescência. Ele é membro de Lagoinha desde 1972, é casado com Roniê Guimarães Lopes de Oliveira e tem dois filhos, Cecília e Pedro Oliveira.

Quem acompanha as declarações da ministra Ana Paula Valadão por certo já a ouviu se referir ao Robinho que a ensinou a cantar. De fato ele tem uma contribuição na musicalidade de Ana e também de André, pois ambos cantaram no El-Shamah, coro regido por Robinho. Além desses, centenas de outros cantores passaram pelas suas mãos no Centro de Treinamento Ministerial Diante do Trono (CTMDT), e nos inúmeros workshops que ministrou pelo país a fora.

No último dia 08 de Junho, durante o Seminário de Louvor e Adoração "Levantando um Altar de Adoração", promovido pela Igreja do Nazareno na cidade de São José do Rio Preto/SP, a equipe do Livres DT, esteve presente. Fomos muito bem recebidos pelas queridas e preciosas irmãs: Renata Rodrigues, Joice Cremonesi e Carla França e toda a equipe que organizou o belíssimo seminário que marcou a todos nós que participamos destes dias de intensa adoração ao nosso amado Pai.

Entre uma programação e outra, Robinho atendeu nossa equipe, e o bate-papo você confere agora:


Livres DT: Robinho como foi o seu encontro com o Senhor e o despertar para o ministério de música?
Robinho: Eu nasci num lar onde minha mãe já era convertida. Minha mãe se converteu com 13 anos numa cidade do interior de Minas Gerais, na Assembleia de Deus. E desde pequeno o Senhor inclinou meu coração para sempre estar na igreja, eu sempre estava na escola dominical. E eu nunca gostei de brinquedos eu gostava de instrumentos, então eu ganhei um violão, um acordeom. Com mais ou menos 12 anos eu mudei para perto da casa da vó da Ana Paula Valadão, no bairro Santa Inês em Belo Horizonte. Quando nós nos conhecemos a mãe da Ana tinha uns 11 anos ela era um ano mais nova do que eu. Então nós fomos vizinhos muito chegados e fomos para a Lagoinha através da família dela. Eu sempre ficava maravilhado com o ensaio do coral, um coral bem simples que a igreja tinha em 1970, e eu sempre assistia o ensaio do coro e logo formaram um coro de adolescentes e eu entrei nesse coro. Sempre quis estudar música, mas meu pai não abria espaço até que com 16 anos eu comecei a estudar música numa época que você não tinha internet, não tinha referência de música no Brasil, não tinha nada pra estudar música. Aí eu comecei a estudar piano, dois anos depois eu comecei a ajudar a avó da Ana Paula no coro de jovens da igreja, dois anos depois eu já estava assumindo um coro de adultos e estou lá até hoje, isso já tem 37 anos.

Livres DT: E como é para você ver o início desse trabalho junto a Igreja Batista da Lagoinha e ver que de lá hoje o Brasil tem um ministério de Louvor reconhecido no mundo?
Robinho: Eu vejo como a graça de Deus, favor imerecido porque agente não pensa nada, agente não programa nada, Deus encaminha todas as coisas. Então quando eu comecei a trabalhar e por ser tão envolvido com a família da Ana, porque quando a Renata, mãe dela casou eu fui pajem do casamento dela, eu tinha só 17 anos. Quando a Ana nasceu eu tinha 18 anos, então eu sou muito ligado a Ana e cresci naquele ambiente de família e logo quando ela começou a cantar com 14 anos quando eu montei o El Shamah a Ana veio para o grupo. Agente não pensa como aconteceu, agente sabe que Deus fez todas as coisas só nos resta agradecer por Deus ter nos escolhido para participar de tudo isso. Hoje quando agente volta lá atrás, e pensa agente não sabe como tudo aconteceu, nós trabalhamos. A Ana sempre foi uma pessoa muito trabalhadora ela sempre buscou, sabia todas as músicas, todos os solos, cantava incessantemente em casa a ponto do pai dela falar filha vamos dormir, ela sabia todas as músicas. Deus nos escolhe e agente vai trabalhando de repente as coisas acontecem.


Livres DT: Com relação aos corais nas igrejas hoje, por que eles estão sumindo na sua opinião?
Robinho: Eu vou falar uma coisa que pode ser polêmica, quando começaram as comunidades no Brasil perdeu-se um pouco a estrutura das igrejas e o coral foi visto como uma coisa que só tinha problema, só trazia problema para igreja. Foi aí que começaram a surgir os grupos de louvor. Eu acho que nós perdemos, principalmente as igrejas neopentecostais, nós perdemos a grande escola para cantores que é o coral. Agente tem base, agente costuma falar muito da música americana, se você pegar os grandes cantores evangélicos, e eu não estou falando só daqueles que se desviam, todos eles saíram de coros. A música através do coral esta inserida dentro das escolas públicas americanas então a base deles é a música coletiva e daí saiu os grandes cantores. Na Lagoinha só não acabou porque eu bati o pé, no sentido de continuar trabalhando e não desistir nos momentos mais difíceis não desistir de corais. Eu acho que a igreja neopentecostal está querendo recuperar o tempo perdido só que o caminho é longo, não é da noite para o dia. É um trabalho que envolve tempo e envolve pessoas muito habilidosas com pessoas nem tão habilidosas. Porque Deus dá os dons mas ele dá em medidas diferentes, eu falo assim um recebeu um dom e trabalha pra dobrar, ganhou cem por cento outro recebeu seis e não faz nada, quem ganhou mais¿ O que trabalhou e ganhou dois esse é o grande erro nas igrejas as pessoas querem as coisas de graça não querem o trabalho acho que é isso que falta nas igrejas, trabalho.

Giro: E a questão espiritual e técnica, é preciso ter um equilíbrio por isso a importância de Seminários como este realizado pela Nazareno?
Robinho: O músico que é tido como muito espiritual ele dá a desculpa porque o que vale é a espiritualidade e o músico que é muito técnico dá desculpa que ele quer ser um bom músico, a coisa mais certa é o equilíbrio. Nós devemos buscar toda técnica possível porque a minha vida com Deus independe se eu tenho técnica ou não, porque no céu não vai entrar o mais técnico ou espiritual vai entrar aquele que conseguir vencer é o que diz em Apocalipse, ao vencedor.
A questão da técnica é o trabalho, nós não queremos ter o trabalho, nós queremos nos vestir não eu quero ter unção. Técnica dá trabalho mas ter unção também dá trabalho ter uma vida diante de Deus dá muito trabalho eu falo que a única coisa de graça que nós ganhamos é a salvação, o resto nós temos que pagar um preço.

Livres DT: Mande um recado para os músicos e coristas da Nazareno
Robinho: No ano passado nós viemos e eu fiquei surpreso com o desejo da igreja de crescer com o trabalho que a igreja já tem, na oficina de canto e coral eu vi o quanto o coro já mudou. Porque o que eu tento passar não é aquela coisa que vai acontecer amanhã é no trabalho que vai chegar a qualidade e é um trabalho a longo prazo. Então que todos persistam, não desistam porque tem dia que agente tem vontade de ir embora e não voltar nunca mais, mas é a persistência, paciência e perseverança que agente chega, mas não chega num ponto final chega num lugar onde agente começa a ver que vale a pena trabalhar.

Texto: Joice Cremonesi

Confira algumas imagens:








Nós do Livres DT agradecemos o carinho da nossa queria irmã Renata Rodrigues, da Carla França e do precioso irmão Guilherme Fabiano e todos a Igreja do Nazareno em São José do Rio Preto. Foi uma honra estar com vocês, e participar deste belíssimo evento. Desejamos que Deus possa continuar capacitando, inspirando e fortalecendo cada um.

Estendemos os nossos agradecimentos aos nossos queridos amigos, irmãos e parceiros, a fotógrafa Gianda Oliveira, ao fotógrafo Hélio Tuzzi, e a jornalista Joice Cremonesi, que nos receberam de braços abertos, mostrando realmente o caráter de Jesus inserido em suas vidas! É um privilégio poder chamá-los de amigos. Agradecemos o apoio, incentivo e colaboração. Deus certamente recompensará a cada um! 

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Livres DT - Por Guto Marcondes
(livresdt@yahoo.com.br)

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